Sindicalistas debateram com senadores o Estatuto do Trabalho, com foco no lançamento das Agendas Legislativa
e Jurídica das Centrais Sindicais
Sob aplausos, o presidente da Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB),
Adilson Araújo, disse nesta segunda-feira (11), na
Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, que o
país precisa revogar medidas como a reforma
trabalhista e a política de teto de gastos que
acabaram não surtindo efeitos positivos para
economia conforme previu o governo golpista de
Michel Temer (2016 e 2018).
“Não há como se conceber um trabalhador recebendo um
salário digno, condições de trabalho justas, se
ficarmos no marco de uma reforma trabalhista que
alimentou o diabo de um trabalho intermitente que
não gerou empregos (…) Então, as razões do nosso
diálogo é a gente fazer enxergar que aquilo que não
deu certo nós precisamos revogar”, defendeu Adilson
Araújo.
O presidente da CTB também lembrou que quando foi
aprovado o teto de gastos o então ministro da
Fazenda Henrique Meirelles disse que a medida seria
a solução para controlar a inflação, segurar a taxa
de juros e atrair investimentos privados. “Isso foi
verdadeiro? Soou como algo fútil. Só fez alimentar a
ganância do rentismo, do grande capital e dos
bancos. Porque esse povo que padece não consegue
comprar um quilo de cenoura por R$ 14,00 e do tomate
a R$ 10,00”, criticou o sindicalista.
De acordo com ele, a população pobre do país não tem
condições de sobreviver com um auxílio de R$ 400,00
pagando um botijão de gás de R$ 130,00. “Nós temos
de fazer com que esse instituto seja permanente,
porque os recursos públicos não podem ser auferidos
para alimentar a ganância dos ricos”, afirmou.
O dirigente disse ainda que a classe trabalhadora já
foi muito penalizada e chegou a hora de colocar o pé
no freio. “A nós muito interessa debater
alternativas, soluções para o país. Desenvolver
força produtiva, retomar os investimentos públicos e
fazer valer um pacote de medidas que poderão ajudar
o país a sair da estagnação, porque evidentemente
que a luz do olhar do ministro da Economia [Paulo
Guedes] esse país vai continuar patinando”.
Para ele, não há como o país ambicionar transição
futura com política restritiva, câmbio flutuante,
juros altos e inflação incontrolável. Por isso, o
dirigente defendeu como “necessidade objetiva” um
novo governo.
O senador Paulo Paim (PT-RS) elogiou a fala do
sindicalista. “Nessa tua linha, eu nunca pensei que
um dia ia apresentar um projeto no Congresso para o
vale-gás. A que ponto chegamos! Fui obrigado a
apresentar e conseguimos avançar, mas essa é a
triste realidade que você expôs muito bem aí para
toda nossa plenária”, disse o senador.
Sindicalistas debatem com senadores o Estatuto do
Trabalho, com foco no lançamento das Agendas
Legislativa e Jurídica das Centrais Sindicais. Além
do dirigente da CTB, estiveram presentes Sérgio
Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores
(CUT); Miguel Torres, presidente da Força Sindical;
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos
Trabalhadores (UGT); Antonio Fernandes dos Santos
Neto, presidente da Central dos Sindicatos
Brasileiros (CSB); e Edson Índio, secretário
executivo da Intersindical – Central da Classe
Trabalhadora.
Fonte: Portal Vermelho - Do Blog de Noticias da CNTI
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