As categorias profissionais estão perdendo pra inflação. O arrocho salarial já é uma realidade no Brasil. A maioria dos reajustes nas negociações coletivas não consegue repor as perdas frente a um INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que já supera os 10%.
Agosto foi um mês péssimo, mostra o boletim número
12 do Dieese “Retrato das Negociações”. Nesse mês,
apenas 8,8% das negociações obtiveram reajuste acima
do INPC. O saldo: 66,3% das negociações ficaram
abaixo da inflação; 25% empataram com o INPC; e 8,8%
conseguiram ganho superior ao índice inflacionário –
em julho, os ganhos haviam ficado em 20,3%.
Setembro pode apresentar alguma melhora e desbancar
o arrocho, tendo em vista o acordo nacional dos
bancários, firmado em 2020 e com validade para dois
anos, e também a data-base de alguns setores do
comércio.
Campanhas – Categorias com maior poder de
negociação, como químicos e metalúrgicos, estão em
campanha salarial. Pode ser que a curva das perdas
perca força até novembro. Pode ser.
É o que espera o economista Rodolfo Viana,
responsável pela subseção do Dieese no Sindicato dos
Metalúrgicos de Guarulhos e Região. Ele informa que
o estudo da entidade indica que uma inflação maior
somada a uma atividade mais fraca resulta em
negociações com esses parâmetros analisados.
“Importante destacar que, ainda que a parte
econômica não tenha reposto o INPC, as Convenções e
Acordos Coletivos assinados garantem uma série de
outros direitos”, afirma Rodolfo. Para ele, o bom
acordo é aquele aprovado pela categoria. “Mas para
além disso, tem todo o trabalho de mobilização”,
avalia.
Mais – Clique
aqui e acesse o boletim De Olho nas Negociações
do Dieese.
Fonte: Agência Sindical - Do Blog de Notícias da CNTI
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