O número de pessoas trabalhando no Brasil (89 milhões) cresceu 8,6%, no trimestre encerrado em julho de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado, mas 80% das vagas criadas desde 2020, quando começou a pandemia, são informais, sem direitos, segundo dados da Pnad Continua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Desses 80%, cerca de 53%dos desempregados recorreram
a atividades “por conta própria”, como camelôs,
vendedores de comida de rua ou pequenos
empreendimentos por não conseguir emprego formal,
com direitos a férias, 13ª salário, Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e outros
benefícios.
Os informais sofrem também com a queda da renda e as
incertezas sobre quanto vão conseguir no fim do mês.
Com isso, precisam cortar muitas despesas, inclusive
itens da alimentação, e mesmo assim não têm como
contribuir com o Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) para ter um auxílio em caso de acidente de
trabalho ou aposentadoria.
Os dados da Pnad Contínua mostram que o rendimento
médio caiu 8,8%, na comparação com o trimestre
encerrado em julho do ano passado. Isso representa
R$ 242 a menos no fim do mês para os trabalhadores.
Em média, segundo a pesquisa, o salário é de R$
2.508.
Já o Observatório das Metrópoles que faz, em
parceria com a Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUC-RS) e a Rede de Observatórios
da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), o
Boletim Desigualdade Social nas Metrópolis, mostra
um nível de renda per capita ainda menor nas grandes
cidades.
Segundo o boletim, no segundo trimestre de 2021, a
renda domiciliar per capita do trabalho foi estimada
em R$ 1.326 nas regiões metropolitanas, uma baixa de
0,1% em relação aos três meses anteriores. Valor
inferior a esse só foi verificado no começo da série
histórica do estudo, no primeiro trimestre de 2012:
R$ 1.323.
Levando em conta o salário mínimo ideal de uma
família de dois adultos e duas crianças que, segundo
o Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese), deveria ser de
mais de R$ 5.657,66 em setembro, dá para entender
porque muitas famílias estão disputando ossos e
restos de peixes no país.
Taxa de desemprego
Como a Pnad so considera desempregado quem procura emprego no período e milhares estão fazendo bico, a taxa de desemprego recuou para 13,7% no trimestre encerrado em julho, segundo o IBGE.
No total, o país tem 14,1 milhões de desempregados e
31,7 milhões de subutilizados no mercado de
trabalho. No levantamento anterior, referente ao
trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego
ficou em 14,1%, atingindo 14,4 milhões de pessoas.
Fonte: CUT - Do Blog de Notícias da CNTI
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