Alerta é da Organização Internacional do Trabalho
As plataformas digitais cresceram cinco vezes ao
longo da última década, oferecendo oportunidades a
alguns, mas também afetando os direitos
trabalhistas, alertou nessa terça-feira (23) a
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
De aplicativos como o Uber, e mercados virtuais,
como o UpWork, que conectam trabalhadores informais
a clientes, a programas que permitem que os
empregadores supervisionem seus funcionários, as
plataformas digitais transformam a natureza do
trabalho, disse a OIT - agência da Organização das
Nações Unidas (ONU).
"Em seu melhor [aspecto], essas plataformas oferecem
novas oportunidades", disse Guy Ryder, chefe da OIT,
que entrevistou 12 mil trabalhadores de 100 países,
70 negócios e 16 empresas no primeiro relatório
detalhado da economia de plataformas da entidade.
"Há oportunidades para trabalhadores deficientes,
para aqueles em localidades remotas. Existem
indícios de que esses que estão desempregados ou
marginalizados podem encontrar um caminho para o
mercado de trabalho", disse ele em entrevista à
Thomson Reuters Foundation.
A pandemia de covid-19 acelera a migração para uma
economia digital, mudando a maneira como o trabalho
foi organizado e regulamentado durante décadas. Com
a perda de empregos, milhões se tornaram
trabalhadores ocasionais, oferecendo condução a
pedido, entregas ou cuidados para crianças.
Mas, em muitos casos, o trabalho é mal remunerado -
metade dos que trabalham virtualmente ganha menos de
US$ 2 por hora - e carece de acesso a benefícios
trabalhistas tradicionais, como negociações
coletivas, seguro e proteções contra lesões
relacionadas à função, segundo a OIT.
Normalmente, as plataformas classificam os
trabalhadores como prestadores de serviço
independentes, e os direitos dependem dos próprios
termos de serviço das plataformas e não de leis
trabalhistas.
A OIT encontrou desigualdades consideráveis nas
plataformas. Trabalhadores de países em
desenvolvimento recebem 60% menos do que os de
países desenvolvidos, mesmo depois de controlarem
características básicas e tipos de tarefas.
Mais de 70% dos taxistas relataram que seu número
diário médio de viagens e rendimentos diminuiu
depois que uma plataforma dominou o mercado.
Ryder pediu que direitos trabalhistas já
estabelecidos no mundo "analógico", como benefícios
de saúde, sejam protegidos no mundo do trabalho para
plataformas.
Fonte: Agência Brasil - Do Blog de Notícias da CNTI
https://cnti.org.br/html/noticias.htm#Trabalho_digital_cresce_5_vezes_e_amea%C3%A7a_direitos_trabalhistas
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