Pelo segundo ano consecutivo, valor do piso é ajustado apenas pela inflação, sem ganho real.
Proposta ainda precisa passar pelo Congresso Nacional
Sem aumento real pelo segundo ano consecutivo, o
salário mínimo de R$ 1.067 para 2021, proposto pelo
governo Bolsonaro representa menos de um quarto
(24,1%) do valor necessário para garantir o sustento
de uma família de quatro pessoas. Segundo cálculo do
Dieese, em julho, o salário mínimo necessário para
cobrir os gastos essenciais de dois adultos e duas
crianças ficou em R$ 4.420,11.
Reajustado apenas pela inflação, o valor do mínimo
caiu 12 reais em relação à previsão inicial, que era
de 1.079, indo para 1.067. A mudança se deu por
conta da previsão orçamentária de 2020, segundo o
governo.
“Houve uma queda brutal na economia (por conta da
pandemia). Consequentemente, com menos consumo, a
taxa de inflação tende ao decréscimo”, explicou a
diretora técnica adjunta do Dieese, Patrícia
Pelatieri, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal
Brasil Atual desta terça-feira (1º).
Apesar da queda da inflação, esta tem efeitos
negativos maiores para as famílias mais pobres.
Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, no acumulado
até julho, a inflação dos mais pobres chegava a
1,15%, contra 0,03% dos mais ricos. Um dos fatores
que explica a variação é a subida no preço dos
alimentos, que tem maior impacto para as famílias
que ganham menos.
Patrícia contesta o argumento de que, com essa
redução, o governo vai “economizar” cerca de R$ 4
bilhões. A economista aponta que pelo menos metade
desse montante voltaria para os cofres públicos na
forma de impostos. “É incompreensível, do ponto de
vista econômico. Em termos sociais, nem se fala”,
criticou.
Desvalorização
O valor proposto pelo governo corresponde, segundo ela, a cerca de 50% do poder de compra do salário mínimo na época em que foi criado em 1940. Entre 2004 e 2019, em função da política de valorização do salário mínimo, houve crescimento do poder do seu poder de compra, que voltou a cair nos últimos dois anos.
Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI http://cnti.org.br/html/noticias
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