Queda se deve, principalmente, ao setor público, mas houve redução em todas as áreas e regiões
A taxa de sindicalização no Brasil, que em meados
dos anos 2000 se aproximou de 18%, caiu para 11,2%
no ano passado, segundo o IBGE. Havia
aproximadamente 10,567 milhões de trabalhadores
filiados a alguma entidade sindical, 951 mil a menos
em relação ao ano anterior. Mais da metade (531 mil
pessoas) saiu do grupo que abrange administração
pública, defesa e seguridade social, educação, saúde
e serviços sociais.
Em 2013, último ano em que se registrou aumento,
eram 14,615 milhões. Assim, em seis anos, mesmo com
mais gente no mercado de trabalho, o país perdeu
4,048 milhões de sindicalizados. A taxa naquele ano
era de 16,1%. Desde então, só caiu.
Isso acontece em um momento de menor proteção
social, com medidas como a “reforma” trabalhista,
implementada em 2017. E outras medidas que apontam
para redução de direitos.
Perda de recursos
“As grandes centrais sindicais congregam trabalhadores do setor público e privado, como professores e médicos, por exemplo. Num primeiro momento, as atividades com mais contratos celetistas tiveram maiores quedas em 2018, porém a perda nos recursos e capacidade de organização e mobilização das centrais sindicais pode, também, ter afetado o setor público”, diz a analista do IBGE Adriana Beringuy.
Outro provável fator de queda está nas
aposentadorias. “Diante da tramitação da reforma da
Previdência, em 2019, vários servidores públicos que
já reuniam alguns requisitos para aposentadoria
adiantaram seus pedidos”, observa Adriana. “No
primeiro semestre de 2019, houve mais pedidos de
aposentadoria no setor público do que em todo o ano
de 2018. Os servidores mais antigos costumam ser
associados a sindicatos, e suas aposentadorias
representaram queda na taxa de sindicalização.”
De acordo com o instituto, entre as regiões a menor
taxa foi a do Centro-Oeste (8,6%) e a maior , do
Nordeste (12,8%). Em seguida, vêm Sul (12,3%),
Sudeste (10,8%) e Norte (8,9%). Ficou em 11,4% entre
os homens e 10,9% para as mulheres, que têm taxa
maior na região Nordeste.
Setores, carteira e escolaridade
Nos setores de atividade, o grupo que inclui agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve a maior taxa de sindicalização (19,4%). Na indústria, por exemplo, esse percentual era de 13,5%, caindo para 4,2% na construção e 2,8% nos serviços domésticos. E foi de 18,4% na administração pública – era de 22% em 2018 e de 24,8% em 2012.
Empregados com carteira assinada no setor privado e
no serviço público tinham taxas maiores, de 14,5% e
22,5%, respectivamente. Entre os sem carteira,
apenas 4,5% eram sindicalizados. Segundo a
escolaridade, a menor taxa de sindicalização era a
dos ocupados com ensino fundamental completo e médio
incompleto (7,1%), e a maior, dos ocupados com
superior completo (17,3%).
A pesquisa mostrou ainda que, no ano passado, havia
8,4 milhões de pessoas ocupadas como empregador ou
por conta própria, com CNPJ. Taxa de 29,3%, a maior
da série, iniciada em 2012. Por outro lado, só 1,5
milhão (5,2%) estavam associadas a cooperativa de
trabalho ou produção, menor índice da série.
Fonte: Rede Brasil Atual - Do Blog de Notícias da CNTI
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