Em excelente matéria da Agência Sindical está demonstrado o arrocho da massa salarial em virtude da precarização do trabalho, abaixo a matéria:
A diferença salarial entre demitidos e admitidos no mercado de trabalho
formal aumentou nos últimos meses de 2019. Dados do Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (Caged), em dezembro, apontam que o salário médio de
admissão estava em R$ 1.573,00 comparado a um salário médio
de demissão de R$ 1.785,00 - diferença de R$ 212,00.
A Agência Sindical ouviu o diretor-técnico do Dieese,
Clemente Ganz Lúcio, sobre as bases e consequências dessa discrepância
na remuneração.
O sociólogo observa que na origem do problema está o desemprego,
que segue em níveis elevados e leva à contratação de
trabalhadores com salários mais baixos. Ou seja, o mercado encontra espaço
pra demitir, substituindo mão de obra mais cara por gente barata.
Alto índice de desemprego leva à contratação
de trabalhadores com salários mais baixos
“Essa situação é resultado de um conjunto de fatores,
que inclui fechamento de grandes empresas, aumento de desempregados e também
a geração de vagas no setor de serviços, que tem salários
mais baixos e facilidade de optar por contratos intermitentes e
temporários”.
Os números do Caged, divulgados sexta (24), apontam nessa direção.
Em 2019, foram gerados 644 mil novos postos de trabalho, 115 mil a mais que em 2018
– o maior saldo com Carteira assinada em números absolutos desde 2013.
Porém, do total de vagas criadas no ano passado, 106 mil (16,5%) foram nas
modalidades de trabalho intermitente ou de regime de tempo parcial, ou seja, os “bicos”
legalizados com a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017).
Impactos - O diretor do Dieese alerta que a precarização
do trabalho arrocha a massa salarial e provoca consequências sociais e econômicas.
“Não temos no momento um mercado de trabalho que estimule maior dinamismo
do nosso parque produtivo, o que acaba trazendo mais fragilidade ao setor industrial”,
observa.
Clemente Ganz Lúcio cobra ações efetivas pra conter esse processo,
ressaltando que numa sociedade tão desigual, como a brasileira, não
haverá mudança no cenário das injustiças sociais que
não seja pelo crescimento da economia.“Essa situação só
é boa ao capital estrangeiro. País que perde a capacidade econômica
de se estruturar de forma independente, só interessa a quem deseja controlá-lo”,
adverte.
FONTE: Agência Sindical -
http://www.agenciasindical.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=12144&friurl=_-Precarizacao-arrocha-massa-salarial-critica-diretor-tecnico-do-Dieese-_
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