Escrito por:
Claudir Nespolo Metalúrgico e presidente da CUT-RS
Não foi contra a corrupção e o aumento de impostos que os
empresários da Fiesp inflaram aquele pato amarelo na Avenida Paulista e
em frente ao Congresso Nacional, durante o golpe do impeachment,
apoiados pelos batedores de panelas vestidos com a camiseta da CBF.
Os empresários que atropelaram a democracia e financiaram o
afastamento da presidenta Dilma possuem outros interesses, cuja fatura
já foi devidamente cobrada do presidente ilegítimo Michel Temer. Não
existe almoço grátis.
A pretexto de tirar o país da crise, eles buscam alterar a legislação
para retirar direitos dos trabalhadores. Direitos, aliás, que nunca
foram empecilho para que as empresas crescessem e o Brasil se tornasse
uma potência mundial.
Além de patrocinar o golpe, a Fiesp e outras federações empresariais
querem tirar proveito da composição mais favorável no Congresso para
aprovar projetos que certamente, se apresentados em campanha eleitoral,
não renderiam votos. Querem fazer o trabalhador pagar o pato!
O projeto de lei ainda não foi enviado por Temer ao Congresso, mas o
que foi anunciado às vésperas do Natal, sem qualquer participação da
CUT, já é suficiente para revelar que se trata da maior reforma
trabalhista na história do país, pois visa flexibilizar a CLT e a
Constituição de 1988. Por exemplo, com o negociado sobre o legislado, em
plena recessão, com 12 milhões de desempregados, o governo propõe a
precarização do trabalho, o que vai gerar menos renda, menor consumo e
produção, comprometendo a retomada do crescimento econômico.
Ao invés de avanço trabalhista, como propagandeiam golpistas de
plantão, existem retrocessos inegáveis. Dizer que é uma proposta de
modernização na legislação é uma farsa. É uma reforma feita sob
medida para empresários gananciosos, que desrespeitam leis e querem se
livrar de ações trabalhistas. Segurança jurídica é cumprir a legislação
vigente. Legalizar fraudes é roubar direitos dos trabalhadores.
Temos agora mais uma frente de resistência em defesa dos direitos, ao
lado do combate à reforma da Previdência que visa tirar da maioria dos
trabalhadores o direito de se aposentar. Estamos diante da volta aos
tempos da escravidão.
O que o Brasil precisa é de redução dos juros, reformas tributária e
política, combate à sonegação, revisão das renúncias fiscais, geração de
empregos com trabalho decente, e qualificação dos serviços públicos com
valorização dos servidores. O caminho é a retomada da democracia com
eleições diretas, já! Nenhum direito a menos!
FONTE: site da CUT (Central Única dos Trabalhadores) http://cut.org.br/artigos/a-farsa-da-modernizacao-trabalhista-62a3/
FONTE: site da CUT (Central Única dos Trabalhadores) http://cut.org.br/artigos/a-farsa-da-modernizacao-trabalhista-62a3/
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